segunda-feira, 27 de novembro de 2017

ESCRAVIDÃO SÉCULO XXI


Em 2013, o diretor Steve McQueen lançou "12 Anos de Escravidão", ao ser questionado sobre o assunto do seu filme, ele respondeu que não estava se referindo ao passado, mas ao presente. 

Segundo McQueen, hoje, haveria mais pessoas trabalhando sob o regime de "trabalho-escravo" do que na época do escravagismo. 


As fotos estarrecedoras sobre a venda de migrantes na Líbia nos leva questionar a humanidade. Hoje, mais de 40 milhões de pessoas no mundo se encontram em regime de escravidão. (OMT - Organização Mundial do Trabalho)

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

A RUPTURA NOS FILMES "COLO" & "VAZANTE"


"COLO" (Portugal) de Teresa Villaverde & "VAZANTE" (Brasil) de Daniela Thomas são filmes que causam um estranhamento pela narrativa que cada um deles opta. 

Esbarram em conteúdos que integram o nosso cotidiano rompendo idiossincrasias. Nós, sobretudo ao filme brasileiro, somos levados a se confrontar com a narrativa de Daniela Thomas que se pretende tocar num assunto "tabu" no recinto da família brasileira, "aquele"/"este" com outro nome: "miscigenação", "democracia racial". Ela situa a sua história no Brasil arcaico colonial, talvez para mostrar a gênese do mal que se quer silenciar ainda hoje - o hediondo crime da escravidão com a mão-de-obra africana. 


O filme português "Colo", faz uma desconstrução narrativa de uma família de classe média que se desmorona num momento grave da história recente daquele país, submetido às medidas neoliberais que levou grande parte da população ativa ao desemprego e os jovens desesperançados migrarem para outros país. 

O filme de Daniela Thomas acontece quando a extração de diamantes se exaure levando a decadência famílias que viviam daquele ciclo econômico. Faço essa comparação não pelas qualidades de cada um deles, mas, por aquilo que se quis dizer e ficou ao meio do caminho, sobretudo no que se refere ao filme "Vazante". 


Os dois tratam da afetividade e do não compartilhamento dos segredos confabulados: Quero/Queremos colo. 

O incômodo no filme de Daniela Thomas é uma ingenuidade retratada numa narrativa poética, rascunhada no silêncio...na culpa que parece escamotear a ruptura adjacente...a repulsa...a desilusão...o não dito...o não mostrado.

sábado, 18 de novembro de 2017

A VIDA DE GALILEU de BERTOLT BRECHT


"Galileu Galilei, 22 de junho de 1633, perante a Inquisição, renega a sua doutrina do movimento da Terra."

Escurece.

ANDREA (alto): "Infeliz a terra (país) que não tem heróis!"

Entra Galileu, completamente alterado, quase irreconhecível. Ouviu a frase de Andrea.


GALILEU: "Não. Infeliz a terra (país) que precisa de heróis."

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

A NOITE DA ESPERA - MILTON HATOUM / LANÇAMENTO


Diálogo Entre Amigos

Aurélio: - A Noite no Beirute vai ser uma Noite de Encontros Esperados. 

Angélica: - Não é? Vai ser de arromba!


segunda-feira, 13 de novembro de 2017

TORQUATO NETO - TODAS AS HORAS DO FIM


Assistir ao filme-doc "Torquato Neto - Todas as Horas do Fim" de Eduardo Ades e Marcus Fernando, foi um prazer...numa viagem as intimidades deste poeta que marcou toda a geração que se identificava com a força criativa do Tropicalismo. 


O doc consegue com uma rigorosa pesquisa pinçar no acervo pessoal e familiar instantes da sua escrita como dos seus registros de filmes & nos levar ao encontro do poeta. 

Torquato Neto, sem dúvida encarnou a dilacerante existência de quem ousava pensar livre-mente ao meio da paranóia e falta de perspectivas imposta pela ditadura. Nós que ainda frequentávamos o colégio, vivíamos um confronto entre multi-escolhas, em debates acaloradas se discutia gostar ou não, optar por este (a) ou aquele (a)...Ironicamente era um tempo que tínhamos uma multidão de geniais artistas: The Beatles ou The Rolling Stones? Yoko Ono ou The Beatles? Jimi Hendrix ou Jimi Page ou Jeff Back ou Eric Clapton? No Brasil...Gilberto Gil, Caetano Veloso ou Chico Buarque? Cinema Novo ou Cinema Marginal? Gal Costa ou Maria Bethania ou Elis Regina? Desbundados ou Caretas? 

Existia veredas que nos apontava noutras direções... surpresas, por exemplo - a fleuma da cantora Nara Leão. O apetite era tão enorme, mas tão desmesurada, tampouco se corria o risco de errar, sim, por que qualquer das opções eram simplesmente geniais. E era justamente isso que nos fazia conseguir respirar naquele aflitivo ambiente de repressão. 

O poeta Torquato Neto foi açodado por essa agonia, justamente naquele ano aonde a repressão física se mostrava implacável e muitos dos melhores se encontravam no exílio... "Um poeta desfolha a bandeira/E eu me sinto melhor colorido/Pego um jato, viajo, arrebento/Com o roteiro do sexto sentido/Voz do morro, pilão de concreto/Tropicália, bananas ao vento."

Em novembro de 1972, o poeta Torquato Neto (1944-1972), abriu o gás do fogão e partiu, foi logo depois que John Lennon já havia lançado sua música ícone daquele tempo: "GOD" - The Dream is Over/ O Sonho Acabou.

domingo, 12 de novembro de 2017

BYE BYE CERRADO por MARCELO LEITE


Amazonia? Mata Atlântica? Não, é o Cerrado que está indo pro saco e com ele mais de 4.800 espécies de plantas e animais típicos deste bioma. 

Brasília, sem chuvas sofre com desabastecimento dos reservatórios de água. 

Este é apenas um dos péssimos sinais.

FolhaSP, 12/11/2017

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

A UnB E OS DOIS CANDANGOS: DARCY RIBEIRO E ANISIO TEIXEIRA


Aonde estiverem Darcy Ribeiro e Anisio Teixeira devem sorrir despudoradamente...


A UnB-Universidade de Brasília, criada por eles, desde que foi implantado o sistema de cotas ( 2003), o numero de estudantes de graduação que se declaram negros (pretos ou pardos) cresceu, hoje, chegam a representar 50,6% dos alunos matriculados no 2º semestre de 2017. 

E pensar que não existia no projeto original da Capital Federal, a idéia de uma universidade pública e gratuita. A igreja católica fazia lobby pela implantação da PUC, privada e paga. Mas, esta dupla de educadores reagiram e conseguiram que o presidente João Goulart, finalmente criasse a UnB, em 1962. 

Auditório Dois Candangos, o nome deste espaço homenageia os pedreiros Expedito Xavier Gomes e Gedelmar Marques, que morreram soterrados em um acidente durante as obras. Mas bem que poderia ser, também, uma homenagem à estes dois mestres - Dois Candangos da Educação.

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

UM CLUBE DE SENHORES & RAPAZES


Caso dependesse desses sujeitos não haveria FAMÍLIA. 


Eles fazem votos de castidade e amor incondicional a Nossa Senhora e ao Plinio Corrêa de Oliveira, fundador e ideólogo da TFP - tradição, família e propriedade. 

Um clube exclusivo de senhores & rapazes.

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

TIM MAIA JÁ SABIA DE TUDO



Tim Maia já dizia: 
"Este país não pode dar certo. Aqui prostituta se apaixona, cafetão tem ciúme, traficante se vicia e pobre é de direita". E só piora...

ACRESCENTE-SE: Manifestantes contra as artes nunca foram numa exposição, não costumam assistir filme brasileiro, não leram um livro sequer e de religião só conhecem de ouvir falar sobre "Jesus". Bate-panela para aprovar reformas que extinguem as conquistas trabalhistas e apóiam, mesmo que envergonhados, um governo rejeitado por 70% da população. 

Mas afinal...Quem são essas criaturas?

OS DEGENERADOS GOLPISTAS



O rebotalho que fez opção pelo conceito nazista de "arte degenerada", talvez, não saibam quais artistas que o totalitarismo queriam banir: 


Lasar Segal, Picasso, Gauguin, Paul Klee, Chagal, George Grosz, El Lissitzky, Max Ernst, Modrian, Klint entre outras centenas de artistas. 
Com essa ação de propaganda, os nazistas queriam impedir qualquer voz de oposição e estas vinham do campo das artes, da literatura, da intelectualidade acadêmica universitária, era preciso calar, prender...matá-los.

JUDITH BUTLER, SEJA BEM VINDA!


"Ódio e censura são baseados no medo." 
Judith Butler


terça-feira, 7 de novembro de 2017

QUALQUER SEMELHANÇA NÃO É MERA COINCIDÊNCIA

Qualquer semelhança não é mera coincidência.


Só para fazer coceira na memória dos desmiolados...

A palavra de ordem dos nazistas contra a Arte Moderna que eles denominaram como "arte degenerada": 

"Pureza Racial, Militarismo e Obediência".


Existe algo de semelhante na palavra de ordem dos  abilolados da hilária e irresponsável: "intervenção militar".

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

MAIS UM MASSACRE CASEIRO À MODA DOS EUA


De quem é o dedo que aperta o gatilho das armas dos massacres nos USA? 

Existe somente uma resposta: 

- A INDÚSTRIA ARMAMENTISTA. 


Desta vez foi Devin Kelley, 26 anos, abriu fogo à êsmo durante um culto numa igreja em Sutherland Springs, uma comunidade no Texas, matou 26 pessoas e feriu outras 20. Vestindo um colete à prova de balas, estava fortemente armado e no seu automóvel foi encontrado um arsenal pronto para fazer guerra. 

Sim, foi morto numa perseguição com a polícia & será diagnosticado como louco.

O vexame desta trágica história é o desrespeito do presidente dos EUA, Donald Trump, ele fez escárnio com os Direitos Humanos, não se solidariza com as vítimas, mas se preocupa unicamente para livrar a culpa da cultura bélica que contaminou os norte-americanos e os transformou em paranóicos prontos para resolver suas questões psíquicas com armas nas mãos.

O ABILOLADO DO JABURU


BOMBALÁ, era um personagem da minha infância em Manaus. Eles nos causava medo e admiração. Era um dos nossos vizinhos e todas as vezes que a Banda da Polícia saía em desfile pela cidade, ele, vestido de pijamas se colocava à frente e ia todo sorridentes...com certeza, se achando o "General da Banda"


Outro dia, vendo esta foto deste outro personagem que habita no Jaburu...identifiquei algo patético que caracteriza um alienado mental se achando "dono do Brasil", mesmo rejeitado por 97% dos brasileiros. Ao contrário do Bombalá, que merece a estima que nós manauaras aprendemos a admira-lo e respeita-lo.

domingo, 5 de novembro de 2017

O AMARGO RIO DOCE



Hoje faz dois anos que cidades localizadas em Mariana-MG foram arrasadas por um "tsunami" de lama. 

O rompimento da barragem do Fundão/Mineradora Samarco, numa extensão de 650 km, devastou e transformou em escombros sonhos e desejos... deixando 19 mortos e cerca de 300 famílias desalojadas. Elas viram de uma hora pra outra sumir do mapa seus bens materiais e espirituais - lugares, paisagens, edificações, amigos, animais de estimação, vizinhos, álbuns de família e tudo que lhes dava sentido de viver o cotidiano. 


- Mais um desastre ambiental que ficará sem resposta?

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

2017...CAETANO VELOSO É PROIBIDO


E quem ainda duvidava da atualidade de "Proibido Proibir"...se deu mal. A Justiça de São Paulo proibiu a realização do show de Caetano Veloso na ocupação do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), em São Bernardo do Campo (SP).


- Viva Caetano Veloso, a Democracia e a Liberdade de Expressão. 

“(...) Eu era o tropicalista, aquele que está livre de amarras políticas tradicionais e por isso pode reagir contra a opressão e a estreiteza com gestos límpidos e criadores” (VELOSO, 2008, Verdade Tropical, p. 313)

"Livre-pensar é só pensar" Millor Fernandes

www.tudoporamoraocinema.com.br

Minha foto
Nasceu em Manaus-AM. Cursou o Instituto de Artes e Arquitetura-UnB(73). Artes Cênicas - Parque Lage,RJ(77/78). Trabalha há mais de vinte anos em projetos autorais,dirigindo filmes documentários:"SEGREDOS DO PUTUMAYO" 2020 (em processo); "Tudo Por Amor Ao Cinema" (2014),"O Cineasta da Selva"(97),"Via Látex, brasiliensis"(2013), "Encontro dos Sabores-no Rio Negro"(08),"Higienópolis"(06),"Que Viva Glauber!"(91),"Guaraná, Olho de Gente"(82),"A Arvore da Fortuna"(92),"A Agonia do Mogno" (92), "Lina Bo Bardi"(93),"Davi contra Golias"(94), "O Brasil Grande e os Índios Gigantes"(95),"O Sangue da Terra"(83),"Arquitetura do Lugar"(2000),"Teatro Amazonas"(02),"Gráfica Utópica"(03), "O Sangue da Terra" (1983/84), "Guaraná, Olho de Gente" (1981-1982), "Via Láctea, Dialética - do Terceiro Mundo Para o Terceiro Milênio" (1981) entre outros. Saiba mais: "O Cinema da Retomada", Lucia Nagib-Editora 34, 2002. "Memórias Inapagáveis - Um olhar histórico no Acervo Videobrasil/ Unerasable Memories - A historic Look at the Videobrasil Collection"- Org.: Agustín Pérez Rubío. Ed. Sesc São Paulo: Videobrasil, SP, 2014, pág.: 140-151 by Cristiana Tejo.