quinta-feira, 30 de junho de 2016

FILMES PREMIADOS 5a. MOSTRA ECOFALANTE 2016


DIVULGADOS OS FILMES PREMIADOS PELA 5ª MOSTRA ECOFALANTE

June 30, 2016

Na quarta-feira, 29/06, foi realizada a cerimônia de premiação dos melhores filmes da Competição Latino-Americana e do concurso Curta Ecofalante desta 5ª edição da Mostra.

O Júri da Competição Latino-Americana, formado por Aurélio Michiles, Solange Alboreda e Maria Elisabeth de Sá Freire, identificou, apesar da abrangência dos temas abordados nos filmes, um alerta em comum para a defesa e a preservação humana e ambiental do continente latino-americano.

O longa escolhido pelo júri como o melhor da Competição é “Jaci: Sete Pecados de uma Obra Amazônica” (Brasil, 2014), de Caio Cavechini e Carlos Juliano Barros. O filme aborda uma região de extraordinária biodiversidade e de extraordinárias civilizações com suas culturas e crenças, que se vê subitamente diante de uma obra monumental.

O filme “Dauna: O que o Rio Leva” (Venezuela, 2015), de Mario Crespo, levou menção honrosa pelo júri. A produção promove, a partir de um recorte particular, a reflexão sobre o papel colocado à mulher nas diversas sociedades.


Entre os curtas metragens da Competição, o júri escolheu como melhor filme “Feito Torto pra Ficar Direito” (Brasil, 2015), de Bhig Villas Bôas, que expressa não somente como conceito histórico, mas com beleza cinematográfica, a riqueza da tecnologia mantida pela oralidade, que fez e faz a descoberta de novos mundos. O filme revela o saber náutico de mestres carpinteiros anônimos, apresentando seus estaleiros artesanais, as comunidades originais onde esse saber foi passado de geração a geração e as dificuldades para dar continuidade à prática nos dias de hoje.

O curta “Ameaçados” (Brasil, 2014), de Julia Mariano, recebeu menção honrosa do júri. O filme reafirma uma realidade conhecida: os povos tradicionais, indígenas e caboclos, constituem a expressão máxima da cultura amazônica, mas também a força política que luta pela preservação da floresta. Daí serem alvos permanente, tendo suas vidas ameaçadas. O filme mostra pequenos agricultores do sul e do sudeste do Pará e sua luta por um pedaço de terra para plantar e viver.

Também recebeu menção honrosa do júri o curta “Sucata” (Uruguai, 2015), uma animação de Walter Tournier.

O público da 5ª Mostra Ecofalante escolheu como melhor longa da Competição Latino-Americana deste ano o filme “Sunú” (México, 2015), de Teresa Camou. Através do olhar de pequenos, médios e grandes produtores de milho no México, o filme costura diferentes histórias sobre um mundo rural ameaçado. Viaja ao coração de um país onde muitos povos alimentam sua determinação de seguir sendo livres, de trabalhar a terra, cultivar suas sementes, viver sua cultura e espiritualidade em um mundo moderno que, ao mesmo tempo que os despreza, necessita deles.

O público escolheu como melhor curta da Competição o filme “O Homem do Saco” (Brasil, 2015) de Carol Wachockier, Felipe Kfouri e Rafael Halpern. O filme retrata um personagem conhecido do imaginário popular, mas que muitos não sabem ser um personagem real, um homem que vive à margem da sociedade, que caminha invisível perante os olhos dela, catando materiais recicláveis para seu sustento. Hoje, esse homem desenvolveu seu método de coleta e se tornou o catador, profissão encontrada como alternativa ao desemprego que assola os brasileiros que chegam em São Paulo em busca de uma vida melhor.

Concurso Curta Ecofalante

Apesar do concurso Curta Ecofalante estar apenas começando, todos os cinco filmes selecionados para exibição têm a qualidade para estar em uma mostra de cinema, e nos impressionou como de fato os temas ambientais estão presentes nas produções universitárias. Eles tratam de temas atuais, como a questão da moradia e do transporte na cidade, o uso e a gestão da água, a produção e o descarte de lixo, a situação ambiental do Rio de Janeiro frente a recepção das Olimpíadas e, finalmente, a necessidade da recuperação de nossas matas. Os melhores filmes foram escolhidos por uma comissão da Ecofalante e também pelo público.

O curta que levou o prêmio de melhor filme pelo júri foi “Verde Chorume”, de Roberta Bonoldi, da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). O curta apresenta um ritmo dinâmico, que remete aos filmes-sinfonia da década de 1920, os quais o personagem é urbano. Trata de uma questão que aflige o mundo inteiro, e parece que irá atingir cada vez mais pessoas, sintetizando-a em praticamente uma rua – a questão do lixo, e em especial a grave questão do lixo eletrônico.

Por um apurado cuidado técnico e uma abordagem sensível e humana, o júri decidiu entregar uma menção honrosa a um filme que trata de um crescimento urbano que acontece hoje, em plena metrópole paulistana do século 21, revelando não só problemas, mas também lutas e resistências: O curta “Travessia, muita vida após a balsa”, produzido pelo Centro de Audiovisual de São Bernardo do Campo e dirigido por Ana Paula Moreira.


“Travessia, muita vida após a balsa” levou também o prêmio de melhor filme escolhido pelo público.

sábado, 25 de junho de 2016

O CINEMA, A LUZ DA REALIDADE, DOS SONHOS E TAMBEM DOS PESADELOS


O cineasta britânico Ken Loach ao ganhar a "Palma de Ouro" com o filme "I, Daniel Blake", no Festival de Cannes 2016, declarou:


"A política neoliberal trouxe miséria, da Grécia a Portugal, com um pequeno número de pessoas que enriqueceram com isso." 

Concordo com ele, por isso sugiro que assistam aos filmes: 

"As Montanhas se separam" (2015) de Jia Zhange; "Chicago Boys" (2015) de Carola Fuentes e Rafael Valdeavelhano; "Inside Job" (2010) de Charles Ferguson; "O Capital" (2011) de Costa-Gavras; "A Grande Aposta" (2015) de Adam Mckay; "O Lobo de Wall Street" (2013) de Martin Scorcese.

BREXIT, O NACIONALISMO É O ÚNICO REFÚGIO DOS CANALHAS


A saída do Reino Unido da União Européia acontece num momento em que o governo-interino Temer ajoelha-se tardiamente aos pés da economia neo-liberal. 

Foi justamente este modelo de política econômica que jogou nesta crise os países europeus, EUA, Japão e tantos outros nas regras sinistras do "livre mercado", aonde a indústria do trabalho foi substituída pela indústria do desemprego e da miséria. 

As conquistas do pós-guerra levou as família dos trabalhadores a uma qualidade de vida de classe média, isto se perdeu...e com a globalização dos mercados veio com ela os imigrantes, atrás de uma qualidade de vida que nunca foi implementado em seus países dominados colonialmente por estes mesmos "países desenvolvidos". 

O confronto foi estabelecido, despertou os arcaicos preconceitos e das insatisfações nunca compreendidas causadas pelo neo-liberalismo. 

A direita que nunca abandonou suas idéias movidas pelo ódio, viu-se num campo fértil...Realmente, o nacionalismo não é o último, mas, o único refúgio dos canalhas.

A TV BRASIL PERTENCE AOS BRASILEIROS




A Folha SP, domingo, dia 25 junho, publica um cínico editorial contra a TV Pública. Leia-se TV BRASIL. 

Defende com todas as letras a sua extinção. 

O argumento é o alto custo da sua manutenção em detrimento a crise da economia brasileira e também por ser um "aparelho do PT". 

Na verdade a Folha junta-se aos seus sócios que articularam o Golpe, por que o STF indeferiu a demissão do atual diretor da EBC - Empresa Brasil de Comunicações. 

Diante do impasse, restou aos golpistas agirem pela delinquência. Ora, todo nós sabemos que não existe mídia que não defenda os seus próprios interesses, por acaso, a família Frias, Marinho, Saad, Civita, Mesquita, etc... tem posição acima dos seus interesses empresariais? 

A TV Cultura/SP tem sido vítima preferencial destes argumentos: altos custos e baixo índice de audiência. Sempre batendo na mesma tecla em comparar a audiência de uma TV pública com a TV comercial, esta move-se pelo lucro, e por ele transmite irresponsavelmente qualquer porcaria. 

Este editorial é uma afronta à democracia e o direito dos brasileiros terem uma TV que transmita a excelência de uma programação sem que esteja vinculada a ganância do lucrativo comércio ideológico em transformar as pessoas num rebanho.

A AMAZÔNIA SANGRA

Mais uma ambientalista é assassinada no Brasil.


Nilce de Souza Magalhães, depois de ficar desaparecida desde janeiro, o seu corpo foi encontrado na terça-feira ( 21 junho), estava com os pés e as mãos amarrados presos numa pesada pedra no fundo da barragem da hidrelétrica Jirau/Porto Velho-Rondônia...

Nilce destacou-se como líder do MAB - Movimento dos Atingidos por Barragens. 

A crueldade e a impunidade é descarada. 

O seu corpo foi jogado no fundo da barragem que denunciava e combatia; o acusado do seu assassinato, ao menos aquele que apertou o gatilho, foi preso, mas já se encontra foragido.

GOVERNO VENDE TUDO E ESCONDE TUDO



Depois de conceder 100% do capital estrangeiro na compra das companhias aéreas brasileiras, agora o objetivo é liberar geral para os estrangeiros se tornarem donos de qualquer extensão de terras em nosso país...É o que defende Blairo Maggi, ministro da Agricultura e bilionário plantador de soja na Amazônia. 


O rasto é o da terra arrasada, aquela máxima criada nos anos 60 pela Ditadura: 

"Terra sem Homens, para Homens sem terra". 



Mas ali estava desde sempre, os povos indígenas, os caboclos e ribeirinhos...E daí? Mata-se, extingui-se, esfolem a terra, o capital não tem pátria. 

Desde então, convive-se com o assassinato de índios, ambientalistas, líderes dos sem terra ou trabalhadores rurais. 



Neste lugar de grandes investimentos e enormes lucros, é justamente aonde existe trabalhadores em condições escravas.

BRASIL, DECLAMA AMOR IRRESTRITO AO NEOLIBERALISMO

Este "novo mundo" está uma comédia de "humor negro". 


O Reino Unido decide sair da União Européia. 
Trump, o candidato à presidência do EUA, caso seja eleito, tem como meta expulsar milhões de imigrantes ilegais. 

A Argentina se declara "quase europeia" e reivindica o lugar dos ingleses na UE. 

O governo-interino do Brasil declara amor ao neo-liberalismo, como o último apaixonado. 


Décadas atrás, enquanto os países que experimentaram de corpo e alma essa paixão, descobriram-se numa aventura desastrosa, agora buscam outras alternativas: 

Menos indústria do desemprego e da miséria e mais indústrias de trabalhos.

quinta-feira, 23 de junho de 2016

A ONÇA JUMA MORTA À TIROS


A Onça pintada ou Jaguar, com hábitos noturnos e solitário, é o símbolo do poder que se impõe no imaginário amazônico, seja para o medo como pelo fascínio da sua elegância e beleza. 


Pelo medo a "Onça Juma" foi abatida à tiros por um soldado do Cigs (Comando Militar da Amazônia). Juma foi mais um daqueles animais da fauna amazônica crescidos e domesticados num zoológico. 

Quem sabe aqueles responsáveis para se exibir com ela nem mesmo receberam os ensinamentos básicos dos hábitos e costumes deste animal. Aqui, neste caso como em outros, mata-se para depois...Mais uma das olímpicas pataquadas 2016.

MOSTRA DE CINEMA SABERES AMAZÔNICOS



Uma prova da eficiente política brasileira das últimas décadas em disseminar a produção audiovisual pelo norte a sul, leste a oeste, através de editais, sobretudo os DOCTV, fica provado quando presenciamos a "Mostra de Cinema Saberes Amazônicos" - 15/17 Junho, Boa Vista/Roraima. 

A exibição de produções essencialmente amazônicas, algumas delas com parte dos recursos arrecadados em seu próprio estado. 



Tive o prazer em assistir, por exemplo, não somente "Davi Contra Golias"(1993) no lugar e junto ao Davi Yanomami e a sua família, depois de 23 anos da sua realização sobre o massacre sofrido por seu povo, mas, também "Fronteira em Combustão" 20min. (2016) do cineasta roraimense Thiago Briglia a empatia da questão levantada levou a platéia emocionar-se. 

Uma prova que cinema e auto-estima tem tudo haver.

CINEMA DE RUA


Em Boa Vista/Roraima um curioso cinema de rua me chamou a atenção...Mas logo me alertaram que depois da inauguração de dois shopping center na cidade e com eles os insossos multiplex...a ameaça da sua permanência é real.




NÃO SE DEIXEM LEVAR PELAS APARÊNCIAS



É...não se deixem levar pelas aparências. 

O cara pode até parecer um "mordomo", mas pode ser outra coisa.

sábado, 4 de junho de 2016

MUHAMMAD ALI 1942-2016


Muhammad Ali (1942-2016), o maior de todos, o atleta de todos os séculos dentro e fora dos ringues. 


"Cassius Clay Jr. é o nome de um escravo. Não foi escolhido por mim. Eu não o queria. Eu sou Muhammad Ali, um homem livre."


"Livre-pensar é só pensar" Millor Fernandes

www.tudoporamoraocinema.com.br

Minha foto
Nasceu em Manaus-AM. Cursou o Instituto de Artes e Arquitetura-UnB(73). Artes Cênicas - Parque Lage,RJ(77/78). Trabalha há mais de vinte anos em projetos autorais,dirigindo filmes documentários:"SEGREDOS DO PUTUMAYO" 2020 (em processo); "Tudo Por Amor Ao Cinema" (2014),"O Cineasta da Selva"(97),"Via Látex, brasiliensis"(2013), "Encontro dos Sabores-no Rio Negro"(08),"Higienópolis"(06),"Que Viva Glauber!"(91),"Guaraná, Olho de Gente"(82),"A Arvore da Fortuna"(92),"A Agonia do Mogno" (92), "Lina Bo Bardi"(93),"Davi contra Golias"(94), "O Brasil Grande e os Índios Gigantes"(95),"O Sangue da Terra"(83),"Arquitetura do Lugar"(2000),"Teatro Amazonas"(02),"Gráfica Utópica"(03), "O Sangue da Terra" (1983/84), "Guaraná, Olho de Gente" (1981-1982), "Via Láctea, Dialética - do Terceiro Mundo Para o Terceiro Milênio" (1981) entre outros. Saiba mais: "O Cinema da Retomada", Lucia Nagib-Editora 34, 2002. "Memórias Inapagáveis - Um olhar histórico no Acervo Videobrasil/ Unerasable Memories - A historic Look at the Videobrasil Collection"- Org.: Agustín Pérez Rubío. Ed. Sesc São Paulo: Videobrasil, SP, 2014, pág.: 140-151 by Cristiana Tejo.