quarta-feira, 29 de abril de 2015

QUEM É O SALVADOR QUE SALVARÁ O BRASIL DESTAS TRAGÉDIAS?

Sras. & Srs. Autoridades brasileiras, 

Não venham dizer que foram pegos de surpresa...por 

estes deslizamentos...desmoronamentos...com 

óbvias e trágicas consequências. 

Esta ocupação urbana de qualquer jeito é 

a fotografia das tragédias anunciadas no Brasil norte, 


                           sul, leste a oeste.




segunda-feira, 27 de abril de 2015

CONGRESSO NACIONAL: O PÂNTANO ENGANOSO DAS BOCAS

Esse Congresso tanto fez que conseguiu. É um antro de retrógrados, legislando em causa própria. 



As manifestações populares apenas reforçou o desejo em manter o conservadorismo como uma chama de "modernização" em nome da "moralidade: ações contra o aborto, uso de armas, redução da maioridade penal, pesquisa com células tronco, Terceirização dos Direitos Trabalhistas e agora avançam ainda mais... Acabam de aprovar a proposta que define o que é Trabalho Escravo no Brasil e altera o Código Penal (Decreto-Lei 3.689/41), retirando os termos “jornada exaustiva” e “condições degradantes de trabalho” da definição do crime. 


Em breve eles vão alterar as leis que delimitam a aposentadoria e o acesso público e gratuito ao ensino e saúde. 

Esses fulanos nunca estiveram para brincadeiras... Preparem-se!

quinta-feira, 16 de abril de 2015

DE SILVINO SANTOS À AURÉLIO MICHILES - Abrahim Baze

Portal Amazônia  Abrahim Baze  De Silvino Santos à Aurélio Michiles
ABRAHIM BAZE
Abrahim Baze
jornalismo@portalamazonia.com
14/04/2015 14:33:00
Atualizado em 14/04/2015 14:45:12

De Silvino Santos à Aurélio Michiles

Um dos pioneiros na tentativa de documentar e organizar a memória iconográfica de Manaus em seu entorno

A velocidade de transformação da cidade de Manaus é narrada por um longo período por Silvino Santos. Sua obra iconográfica se destaca não só pela experiência da nova síntese de período glamoroso, mas pelo congelamento futurista que, somada a colagem de fragmentos, visões rápidas e múltiplas do nosso cotidiano urbano, aparenta hoje uma vida moderna da época em que se instalava o período do látex.

É nesse ambiente de efervescência cultural, econômica e política, de  significados e alterações no espaço urbano e do cotidiano interiorano é que devemos inserir e entender a lente que documentou todo o momento com fotografias e filmes.

Silvino Santos, um imigrante português que tem uma importância diferenciada na história iconográfica da Amazônia como também temos que se considerá-lo como um dos pioneiros, juntamente como o alemão Huebner, na tentativa de documentar e organizar a memória iconográfica de Manaus em seu entorno.

Exímio fotógrafo e cineasta, como nenhum outro, soube retratar a atmosfera da cidade e seu cotidiano interiorano nas primeiras décadas do século XX. Sua produção retrata tudo aquilo que ele via, ao mesmo tempo, com as novidades que adentravam no espaço urbano. Pouco se mostra do seu trabalho e atuação em estúdios, com retratos e crayon, produções praticamente pequena diante da exuberância de sua fotografia documental urbana. Isso é bastante raro na história da fotografia universal, já que, no período foram poucas as fotografias que conseguiram escapar da tradição do ateliê.

Silvino Santos mergulhou na arte de fotografar, documentarista – cronista, que deu relevância à fotografia como informação na história das representações visuais, e foram muitas. É nessa particularidade que Aurélio Michiles recupera para a história e futuros estudiosos em DVD a vida e obra de Silvino Santos. O cineasta Aurélio Michiles com seu trabalho de qualidade excepcional, que enriquece não apenas o patrimônio e imagético da Amazônia, mas a própria cultura fotográfica e do cinema, de um período não muito distante, porém, histórico.

O cineasta Aurélio Michiles com o seu filme “Silvino Santos o Cineasta da Selva”, nos dá a oportunidade de ampliarmos a investigação e a pesquisa tanto no campo da fotografia quanto do cinema, do cotidiano urbano e da paisagem humana. Tudo isso, garante o acesso irrestrito para pesquisadores, estudantes e interessados neste segmento.

O filme – documentário de Aurélio Michiles é também importante permitindo reparar uma injustiça histórica. É claro que muito já se fez para lembrar Silvino Santos, porém, ainda somos devedores. O filme documentário de Aurélio Michiles vem estimular o interesse e o estudo pela obra de Silvino Santos, o fenômeno da fotografia e do cinema.

Vale lembrar um período de ampliadores, câmeras, obturadores, lentes e tripés, balanças, bacias, prensas, lanternas e cortadores, químicas, filmes e chapas de vidro, papeis e fórmulas especiais, álbum, cartões, pass-partouts, produtos para o acabamento e a apresentação dos trabalhos. Todas essas variedades de materiais e marcas é a consolidação do mercado, tanto profissional quanto o amador da época, hoje estamos na época digital.

É neste contexto que o cineasta Aurélio Michiles aparece como um profissional notável. Na condição de permitir a redescoberta com certo atraso da história do monstro sagrado Silvino Santos. Aurélio Michiles procurou fazer esse registro, todo esse fragmento da realidade, do tempo sem antes nem depois. Um recorte fixado que representa através dos vestígios deixados por Silvino Santos, um olhar possível sobre o nosso mundo amazônico. Seu filme – documentário, tem esse desejo de olhar e documentar para posteridade, anos que se organizam e eternizam uma época.

Algumas delas tem uma luz e uma atmosfera absolutamente fascinante, pois é possível perceber que ele buscou em Silvino Santos a singularidade de todo um cotidiano amazônico.

Ora viva, viva muitas vezes à Aurélio Michiles.

sábado, 11 de abril de 2015

ÚLTIMAS CONVERSAS-LAST COVERSATIONS EDUARDO COUTINHO

O 20º Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade, celebra data redonda abrindo com o doc  “Últimas Conversas”, um filme póstumo de Eduardo Coutinho. Montado e finalizado por seus permanentes parceiros: Jordana Berg e João Moreira Salles. 

O filme abre com o Coutinho sentado na cadeira dos entrevistados, resmunga e reflete sobre a impossibilidade de continuar o projeto, segundo ele, “os adolescentes não tem memória” (?). É mais uma artimanha do exímio entrevistador diante dos possíveis entrevistados, ele conversa com seus conflitos e aponta para o infinito. A cena filmada num estúdio produzido para este fim, é simbólica. Uma porta por onde entram e sai os convidados. A fotografia de Jacques Cheuiche só acrescenta e ilumina a atmosfera do confronto, entre aquele senhor (avô?) e os seus netos (?). Mas, não pensem que fica por aí…Coutinho logo estabelece uma relação de igualdade, sem perder a autoridade das perguntas e muitas vezes das respostas.



“Últimas Conversas é uma cerimônia ao estilo “coutinhiano”, as entrevistas viram causos e os causos, histórias que atravessam o fio da memória. Dezenas de adolescentes foram entrevistados, apenas alguns foram selecionados na montagem final, aliás, Coutinho sempre ao término de cada entrevista sinalizava, “espero que você fique na montagem…”. Mas, os depoimentos que assistimos na montagem deste doc,  compõem um espécie de não-álbum-de-família, no sentido clássico do “pathos familiar”. 

Nesta relação do filho (a), mãe-pai encontram absurdamente alterados. Identifica-se a presença da mãe e ausência do pai. O que leva a perguntar. “- Qual é a função do pai neste relação?” O afeto se apresenta como uma busca fundamental ao meio da ausência satisfatória desta relação. Os filhos são objetos? Os avós um porto-seguro na reserva desta não-família?  A mãe é o esteio econômico. Quanto ao pai-ausente (algumas vezes desconhecido) são reservadas o papel do rastilho da memória paternal, envoltos em esperanças e frustrações segredados num acordo tácito em que esta se encontra mergulhada - a família , o locus ou a célula mater da sociedade. O Pai é apenas o falo (phallu).

Essa família revelada neste filme é um recorte da nossa sociedade contemporânea, aonde o “pathos-familiar” implodiu, ao menos como existia antes. A família e suas relações paralelas aonde os verdadeiros desejos encontram-se ocultos, por tanto, somente a transgressão é capaz de colocar a nu as regras do jogo da hipócrita "sociabilidade". 

A única entrevistada que se articula dentro do antigo “álbum de-família” é uma criança de 6 anos. Coutinho, logo no inicio, havia alertado que preferia realizar um filme-doc com crianças, em vez dos adolescentes. Ela pertence a outro sócio-econômico do “pathos-familiar. Quando ela surge pareceu-me com aquela aparição das crianças nos corredores do hotel no filme “Iluminado” (Stanley Kubrick). A menina, diante da pergunta de Coutinho…”- Quem é deus?”. E ela, sem pestanejar, responde a um incrédulo Coutinho: “- Deus é o homem que morreu".

“Últimas Conversas” nos revela um impaciente, reflexivo e rabujento Eduardo Coutinho, aqui ao meio dos dramáticos destinos destes adolescentes, logo ele mesmo, envolto em seu território familiar com um trágico destino (como impossibilidade) da família como locus da felicidade. Tudo isso nos deixou com a pulga atrás da orelha. Que filme!



sexta-feira, 10 de abril de 2015

O SÓRDIDO SORRISO DA INTOLERÂNCIA

Depois de assistir o noticiário nacional e internacional...tentei dormir o sono dos justos, mas, qual nada...Esta, foi uma noite de pesadelos...Relampejava em close/com o seu sórdido sorriso o abominável "Átila" (o capataz interpretado por Donald Sutherland) no filme "1900/Novecento" (Bernardo Bertolucci). 
  


Ao acordar me dei conta que era realidade...



Vivemos, hoje, mantendo as diferenças históricas, mas com o mesmo simbolismo da gana pela violência sem peias, a intolerância sem nome, personagens psicóticos perambulam pelas ruas, avenidas, praças e nos corredores do parlamento. Eles babam na gravata, querem cada vez mais... matar gatinhos, passarinhos, criancinhas e quem mais estiver no caminho. 

Os "Átilas" querem se tornar um exército imbatível, mas torço que não passem de uns canastrões incapazes de meter medo como fez Donald Sutherland neste filme extraordinário.




Ficha Técnica:
Título original: Novecento - 1976
País: França, Itália, Alemanha Ocidental
Duração: 320 min./Technicolor
Direção: Bernardo Bertolucci
Produção: Alberto Grimaldi
Roteiro: Franco Arcalli, Bernardo Bertolucci, Giuseppe Bertolucci
Fotografia: Vittorio Storaro
Música: Ennio Morricone
Elenco: Robert De Niro, Gérard Depardieu, Donald Sutherland, Dominique Sanda, Francesca Bertini, Laura Betti, Werner Bruhns, Stefania Casini, Sterling Hayden, Anna Henkel, Ellen Schwiers, Alida Valli, Romolo Valli, Bianca Magliacca, Giacomo Rizzo, Pippo Campanini. 

sexta-feira, 3 de abril de 2015

1º DE ABRIL - A MENTIRA DO MILAGRE BRASILEIRO

                                    1º de Abril! Não é uma piada. 





É o dia que marca um dos mais hediondos episódios da História do Brasil. 

Para mim...a imagem da Ditadura é a Serra Pelada (by Sebastião Salgado). 

Uma gigantesca clareira a céu aberto ocupada por milhares de "garimpeiros" - catadores de sonhos... quimeras. Eles eram o "visível" daquela riqueza que resultou em 30 toneladas do ouro catados com as mãos. Mas o "invisível" eram aqueles que multiplicaram o seu poder econômico no mercado internacional do ouro. 


A Serra Pelada é um símbolo porque tornou espetacular as injustiças (de toda ordem) praticadas pela ditadura militar-civil: "sonho-escravo". Como o Brasil mantinha-se no arcaico, no desprezo e nas iniquidades relacionadas a distribuição da riqueza em nosso país. Era o fim melancólico tanto da ditadura como daquela quimera vendida como "milagre brasileiro". E, o pior, consolidava a desordem fundiária numa das regiões mais promissoras do Brasil.
Por trás, desta "espontânea" descoberta...Vendida como uma "descoberta do acaso", na verdade esta invasão da Amazônia por empresas minerados fez parte do acordo do apoio dos EUA ao Golpe 64: O Serviço Geológico dos EUA entrega à U. S. Steel os mapas do levantamento das jazidas amazônicas. 

quinta-feira, 2 de abril de 2015

MANUEL DE OLIVEIRA E "O VELHO DO RESTELO"

Um dos últimos filmes do cineasta Manuel de Oliveira (1908-2015), ele que testemunhou e filmou em todos as bitolas - do cinema silencioso ao digital, é "O VELHO DO RESTELO", baseado num dos episódios do clássico "Os Lusíadas"(Luís de Camões). 

Numa interpretação livre, Manuel de Oliveira diante dos desafios e decepções que colocam este novo século na beira do abismo, entre apagar o passado e deixar-se levar pelo conservadorismo (pessimismo, intolerância), aqueles que tentam minimizar às aventuras, as audácias e a coragem para se antever um outro futuro que não seja o medo e a iniquidade. Neste filme Manuel de Oliveira, quem sabe, seja uma cartografia de um velho marinheiro para os novos (mais precisam ser audaciosos) aventureiros para navegar em mares revoltos e nunca dantes navegados.




                                      EVOÉ MANUEL DE OLIVEIRA!

"Livre-pensar é só pensar" Millor Fernandes

www.tudoporamoraocinema.com.br

Minha foto
Nasceu em Manaus-AM. Cursou o Instituto de Artes e Arquitetura-UnB(73). Artes Cênicas - Parque Lage,RJ(77/78). Trabalha há mais de vinte anos em projetos autorais,dirigindo filmes documentários:"SEGREDOS DO PUTUMAYO" 2020 (em processo); "Tudo Por Amor Ao Cinema" (2014),"O Cineasta da Selva"(97),"Via Látex, brasiliensis"(2013), "Encontro dos Sabores-no Rio Negro"(08),"Higienópolis"(06),"Que Viva Glauber!"(91),"Guaraná, Olho de Gente"(82),"A Arvore da Fortuna"(92),"A Agonia do Mogno" (92), "Lina Bo Bardi"(93),"Davi contra Golias"(94), "O Brasil Grande e os Índios Gigantes"(95),"O Sangue da Terra"(83),"Arquitetura do Lugar"(2000),"Teatro Amazonas"(02),"Gráfica Utópica"(03), "O Sangue da Terra" (1983/84), "Guaraná, Olho de Gente" (1981-1982), "Via Láctea, Dialética - do Terceiro Mundo Para o Terceiro Milênio" (1981) entre outros. Saiba mais: "O Cinema da Retomada", Lucia Nagib-Editora 34, 2002. "Memórias Inapagáveis - Um olhar histórico no Acervo Videobrasil/ Unerasable Memories - A historic Look at the Videobrasil Collection"- Org.: Agustín Pérez Rubío. Ed. Sesc São Paulo: Videobrasil, SP, 2014, pág.: 140-151 by Cristiana Tejo.