AINDA BEM

pra Angélica Torres Lima

NO ACONCHEGO DO TEMPO 
              
              & 

DO VENTO QUE LEVA, 

MAS NÃO ME CARREGA, AINDA BEM...

UNS LADRAM, OUTROS FAZEM POESIA.

A MORTE RONDA O CANGAÇO

No Brasil o mês de agosto sempre foi um mês do desgosto. 

O país é marcado por acontecimentos trágicos na sua história. 

Possibilidades foram interrompidas abruptamente. O destino empunha implacavelmente o seu instrumento trágico:

1. Getúlio Vargas, presidente da república, agosto 1954, suicida-se;

2. Jânio Quadros, eleito com uma votação arrebatadora, renuncia ao mandato presidencial, agosto 1961;

3. Glauber Rocha, cineasta de pensamentos articulados para a vida nacional, morre prematuramente em agosto de 1981;

4. Eduardo Campos (neto de Miguel Arraes, politico emblemático dos anos que precederam o Golpe de Estado 1964) um dos protagonistas da nova geração de políticos, com certeza não ganharia esta eleição 2014, mas seria um forte pretendente para as eleições de 2018. O destino tirou-lhe a oportunidade, morre prematuramente num trágico acidente aéreo, agosto 2014.

AMAR, BEBER E CANTAR * AIMER, BOIRE ET CHANET

    Finalmente fui assistir "Amar, Beber e Cantar", o último filme de Alain Resnais (1922-2014:

- Extraordiário! 

Mas nada disso é novo em se tratando dum filme deste diretor que gosta do intangível, de brincar com a forma e conteúdo, assim como um gatinho brinca com um novelo de linhas. 

Foi assim que mudou a nossa percepção da mise-en-scéne no cinema com "O Ano Passado em Marienbad-L'anné derniére a Marienbad", com planos muito amplos, dando liberdade as imagens no lugar das palavras, antes já nos havia causado perplexidades diante da bomba atômica em "Hiroshima, Mon Amour" ("- Não, você não viu Hiroshima."). Desta vez, neste "Amar, Beber e Cantar" é "George", um personagem sempre ausente e jamais tangível, mas, é ele quem agita a trama, desenganado pelos médicos, tem 6 meses de vida... 

Diante da proximidade desta morte faz com que cada um dos personagens repensem suas relações afetivas cotidianas. O provocador da vida é o intangível, inclusive a morte, neste caso que tal "Amar, Beber e Cantar"? Ou como escreveu o crítico Carlos Alberto Mattos: "amei, bebi e cantei."

Aimer, Boire et Chanet

• Direção: Alain Renais
• Roteiro: Alan Ayckbourn, Jean-Marrie Besset, Laurent Herbiet, Alan Resnais, Caroline Sihol
• Produção: Christophe Jeauffroy, Jean-Louis Livi
• Fotografia: Dominique Bouilleret
• Edição: Hervé de Luze

• Elenco: Sabine Azéma, Hippolyte Girardot, Caroline Sihol, Michel Vuillermoz, Sandrine Kiberlain, André Dussollier
• Gênero: Drama
• País: França
• Ano: 2014
• Tempo: 108 min

MEMÓRIAS INAPAGÁVEIS - VIDEOBRASIL

CONVITE DO CURADOR - Agustín Pérez Rubino: 

"Como he seleccionado una peça (O SANGUE DA TERRA-1983) de vocee que hay al acervo del Videobrasil, para la mostra Memorias  Imborrables, que se inaugura el día 30 de agosto. Hemos pensado façer una palestra con varios de los artistas de la exposición donde se Fale de cuestiones sociales y políticas en general, sobre la idea de memoria, de conflicto histórico, de amnesia histórica y demás conceptos, como de las propias obras/ vídeos / flims  que reflejan estos conflictos tanto en el brasil como en otras partes del mundo."

"Asi estarán artistas pero también conmigo estara un curador experto en temáticas sociales y políticas, y así nos gustaría falar de cuestiones abiertas, como una conversación general, de cómo el arte sirve como herramienta de reinvidicacion contra el olvido de ciertos feitos históricos, etc.."