terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

SILVINO SANTOS - UM REGRESSO


 Começou "Silvino Santos - Um Regresso", um evento em Cernache do Bonjardim e Sertã - Portugal. Os portugueses celebram um dos seus filhos mais ilustre nascido em 1886 em Cernache, mas que viveu a maior parte da sua vida, desde os 14 anos, na Amazônia (Belém e Manaus, onde veio a falecer em 1970). 


Para quem não conhece Silvino Santos, ele foi um dos pioneiros do cinema brasileiro, depois de se iniciar na profissão de 

fotografo, em 1912 teve a oportunidade de ir para Paris e estagiar nos laboratórios dos Irmãos Lumiére e nos estúdios da Pathe-Frere, a partir daí tornou-se num dos mais importantes documentaristas da Amazônia, depois de eterniza-las em sua filmografia aspectos diversos da fauna, flora, humana, urbanística e arquitetônica.


Em 1997 realizei um filme-documentário sobre ele: 

O CINEASTA DA SELVA, aonde misturei cenas ficcionais - o ator José de Abreu como Silvino e a atriz Denise Fraga numa pequena mais importante participação como a musa do pioneiro, a sua esposa Anita.

O filme foi convidado a participar dos festivais ( nacional e internacional) mais importantes do gênero documentário, mas como também ganhou vários prêmios. E foi isto que deu visibilidade a Silvino, nascido em Portugal, e ser celebrado em sua terra natal.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

SILVINO SANTOS - UM REGRESSO

SILVINO SANTOS - É HOMENAGEADO EM SUA TERRA NATAL 

 
Programação em: http://www.cm-serta.pt/noticias/default.asp?IDN=1285&op=2&ID=88

“Silvino Santos – Um regresso” é o título do ciclo de atividades promovido pelo Município da Sertã, de 24 de fevereiro a 30 de março, com o intuito de homenagear o luso-brasileiro Silvino Santos (1886-1970), pioneiro do cinema brasileiro.

Natural de Cernache do Bonjardim, Silvino Santos saíu de Portugal para o Brasil, onde chegou no dia 29 de Novembro de 1900.
Um conjunto de vicissitudes e coincidências coloca no seu caminho uma máquina fotográfica e posteriormente uma máquina de filmar.
Silvino Fotógrafo e Silvino Cineasta são duas facetas recordadas na exposição fotográfica, na exibição de vários filmes e no livro que será lançado no dia 9 de março.


Do acervo cinematográfico de Silvino Santos registam-se 8 documentários de longa metragem, 5 de média e 83 curtas, entre filmes caseiros, retratos da Amazónia e outros

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

DOIS GUERREIROS - Carlos Alberto Mattos

DOIS GUERREIROS
14, sexta-feira, fev 2014
Publicado por carmattos em Cinema


Duas figuras carimbadas do cinema brasileiro, mais ligadas aos bastidores que aos refletores, são objetos de novos documentários de longa-metragem. Sérgio Santeiro, curta-metragista histórico e professor de cinema da UFF, foi retratado por Miguel Freire em doc.Santeiro. Já o pesquisador e cinematequeiro Cosme Alves Neto ganhou um perfil do seu conterrâneo amazonense Aurélio Michiles. Em comum entre os dois, a importância da Cinemateca do MAM para a formação de algumas gerações.


Já vi o filme sobre Santeiro. É no MAM, seu berço cinematográfico, que ele aparece pela primeira vez para iniciar um depoimento biográfico que vai levá-lo também ao seu habitat niteroiense, onde mora e trabalha. Lá está ele com sua cabeleira leonina, unhas enormes, camisas ultracoloridas, calças largas, sandálias havaianas e uma disposição sem fim para defender o que entende como um cinema legitimamente brasileiro e independente. Junto com uma espécie de balanço de vida, Santeiro discorre sobre seus filmes – desde o primeiro, Paixão, de 1966 -, a importância dos festivais de cinema amador dos ano 1960, a fundação da Associação Brasileira de Documentaristas e outros assuntos.

As referências podem soar idiossincráticas (“Somos descendentes, mas não continuadores do Cinema Novo”; “O futuro do audiovisual converge para a televisão”), mas é inegável a coerência com que ele expõe a verve inconformista que já o colocou no centro de grandes discussões do cinema brasileiro.

Ouvir de um professor universitário que “cinema não se aprende na escola” é uma senha para o pensamento de Santeiro a respeito do ofício. Quanto à sua vida pessoal, entreaberta no filme, nota-se um misto de convencionalismo familiar e misantropia no geral. Santeiro parece muito firme ao supor o que os outros acham dele, sobretudo pela fama de polêmico e intransigente. Chega a admitir que um neto de sete anos é “o único com quem eu me comunico facilmente no mundo”.       

Miguel Freire constrói o filme com delicadeza, conduzindo seu personagem aos locais escolhidos e deixando-o à vontade para falar. Inclui trechos de seus curtas e nos brinda com um retrato íntimo que precisava mesmo ser revelado. Santeiro é um pequeno mito do cinema brasileiro.

Ainda não vi Tudo por Amor ao Cinema, o filme sobre Cosme Alves Neto, mas sei que, segundo o diretor, ele “não somente destaca fatos e episódios da sua trajetória através de depoimentos de amigos, familiares e profissionais que conviveram com ele em diversas situações, revelando ao público a sua personalidade e a sua importância como referência histórica para o cinema brasileiro e latino-americano, mas também é uma oportunidade para falar o que foi o cinema, os cinéfilos – na geração do Cosme”.

Com tenacidade exemplar, Aurélio Michiles vem tocando esse projeto desde 2008. Em 2010, começou a tomar depoimentos para compor o perfil do Cosme. Eu mesmo fui um dos entrevistados, juntamente com Eduardo Coutinho, Carlos Diegues, Sérgio Augusto, Nelson Pereira dos Santos, Regina Miranda, Fabiano Canosa, Guido Araújo, a atriz cubana Daisy Granados, Arnaldo Carrilho, Claudio Valentinetti, Oswaldo Caldeira, Vladimir Carvalho, Walter Carvalho, Andrea Tonacci, Hernani Heffner, Geraldo Moraes, Anna Arruda Callado, José Carlos Avellar, Jurandyr Noronha, Marcio Souza, Miguel Pereira, Silvio Tendler, Gloria Maria Barbosa (viúva), Vanessa Barbosa Ferreira (filha), Maria do Rosário Caetano e outros.

Aurélio dá uma ideia de como vê seu personagem:

- Cosme amou e arriscou a própria vida pelo cinema. Foi preso e torturado por duas vezes. Como curador da Cinemateca MAM-RJ (1965-1985), fez daquele espaço um lugar de coexistência num momento em que tudo era proibido e perigoso. Por exemplo, o negativo do filme que viria se tornar Cabra Marcado para Morrer ficou guardado clandestinamente na reserva técnica da Cinemateca do MAM sob o nome falso de “Rosa do Campo”.


Ele destaca o depoimento de Eduardo Coutinho como “uma reflexão política, filosófica, estética, técnica e afetiva sobre o cinema no seu sentido mais amplo”. Pretende incluir a íntegra da fala de Coutinho no futuro DVD do filme. 

A BÁRBÁRIE NOSSA DE CADA DIA. ATÉ QUANDO?

A UnB - Universidade de Brasília, sempre foi a melhor parte do sonho brasiliense, mas (e por isso mesmo) a partir do Golpe 64, virou uma pedra nas botas da intolerância, foi preciso usar da força para-militar para tentar silencia-la. 

Foram mais de uma invasão com tanques e armas de fogo. 

Houve mortes e desaparecidos, centenas de professores e alunos expulsos. 

Brasília que foi criada para ser um presente futurista, tornou-se um lugar cafona, onde o mau-gosto insiste manter suas pérfidas raízes.

Um prejuízo até hoje incalculável

TINGA QUE COISA LINDA!



Que coisa linda é o TINGA

E que coisa feia essa torcida peruana, hein? 

Povo tudo-misturado, tal & qual a gente-daqui. 

DIDI, o genial jogador brasileiro, inventor da "folha-seca" foi técnico da seleção peruana, lembram? Foi um herói aqui e lá nos Andes. 


Mas infelizmente o tempo é outro. 

É tempo quando os (as) boçais tomam ímpeto duma falsa-coragem para arrotar as suas limitações de humanidade. 

ARGH!

FAKE BATISTA


Ao assistir filmes como "O Lobo de Wall Street" de Martin Scorsese & "Trapaça" de David O. Russel fico me perguntando sobre o sentimento cínico, irônico e pragmático, este que se resvala desde os anos 70 a caminho da fervorosa religião consumista, em que a palavra mágica é: "-FAKE!" 

Uma palavra, uma gíria, um antídoto pra tudo & todas obviedades. 

Mas não seria os citados filmes querer iluminar a dimensão desta grande farsa dos desvalidos diante da crise econômica - capital & trabalho? Acredito que os dados foram jogados em 1973 quando Orson Welles realizou "F for FAKE", este sim, disse e continua dizer sobre esta cadeia de falsários. - Fale Eike Batista!

EDUARDO COUTINHO, CABRA MARCADO PARA VIVER


Que dia! 

Eduardo Coutinho dedicou a vida pelo cinema, nas suas diversas formas, conseguiu tornar público o que havia de escondido/sonegado nas tragédias sociais do Brasil, mas nós desconhecíamos (falo por mim) o drama familiar em que vivia. 

Perdeu a vida trágicamente, logo ele, que sempre preservou a mansidão da paz. 

Perdeu o cinema, perdeu o Brasil, perdeu a Humanidade um dos que mais a respeitavam. 

Eduardo Coutinho, era um cabra marcado para morrer e viver para sempre.



Bênção, Coutinho, nós que aqui ficamos te reverenciamos: TUDO POR AMOR AO CINEMA! 

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

TUDO POR AMOR AO CINEMA, UFA! ESTÁ PRONTO

Aqui publico em primeiríssima mão alguns pormenores sobre o filme-doc "Tudo Por Amor Ao Cinema", 97' (sete minutos de créditos finais!). Uma produção Olhar Imaginário, Imagem Ceuvagem & Aurora Filmes. Direção e roteiro: Aurélio Michiles; Montagem: Fernando Coimbra; Música: Caito Marcondes; Fotografia e Câmera: André Lorenz Michiles; Edição de Som: Miriam Biderman e Ricardo Reis; Mixagem: JLS Facilidades; Finalização: TeleImage.

Foram seis meses de finalização, idas e vindas, até chegarmos ao consenso técnico. Sem falar que estou nesta batalha (ñ somente nesta) desde 2008. As filmagens começaram em 2010. Foram + de 50 entrevistados + de 356 filmes assistidos (deste total encontram-se montados fragmentos de 70 filmes) + milhares de arquivos iconográficos em várias instituições. Filmei em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Mossoró, Brasília, Manaus, Havana e Lisboa. Com conexões com outros países da América Latina, Europa e EUA. 

As personalidades que entraram na montagem final: Eduardo Coutinho, Carlos Diegues, Sergio Augusto, Nelson Pereira dos Santos, Regina Miranda, Fabiano Canosa, Guido Araújo, Carlos Alberto Mattos, Daisy Granados, Arnaldo Carrilho, Claudio Valentinetti, Oswaldo Caldeira, Vladimir Carvalho, Walter Carvalho, Andrea Tonacci, Hernani Hefnner, Geraldo Moraes, Leticia Cotrim, Anna Arruda Callado, Iza Guerra, José Carlos Avellar, Jurandyr Noronha, Marcio Souza, Miguel Pereira, Silvio Tendler, Gloria Maria Barbosa (viúva), Vanessa Barbosa Ferreira (filha), Maria do Rosário Caetano, Rolland Schaffer, Heloisa Lustosa, Dolores (Lola) Calviño, Alquímia Peña entre outros (a). 

Tudo isso para contar a história de um dos personagens mais importantes do cinema brasileiro século XX: 

Cosme Alves Netto (1937-1996) - "ELE FEZ DOS FILMES A HISTÓRIA DA SUA VIDA". 

Cosme amou e arriscou a própria vida pelo cinema. Foi preso e torturado por duas vezes. Como curador da Cinemateca MAM-RJ (1965-1985) fez daquele espaço um lugar de coexistência num momento em que tudo era proibido e perigoso. 

Por exemplo: O negativo-filme que viria se tornar  em 1980 no clássico "Cabra Marcado para Morrer" de Eduardo Coutinho, ficou guardado clandestinamente na reserva técnica da Cinemateca-MAM, sob o nome falso de "Rosa do Campo". E, assim outros filmes. 

"Livre-pensar é só pensar" Millor Fernandes

www.tudoporamoraocinema.com.br

Minha foto
Nasceu em Manaus-AM. Cursou o Instituto de Artes e Arquitetura-UnB(73). Artes Cênicas - Parque Lage,RJ(77/78). Trabalha há mais de vinte anos em projetos autorais,dirigindo filmes documentários:"SEGREDOS DO PUTUMAYO" 2020 (em processo); "Tudo Por Amor Ao Cinema" (2014),"O Cineasta da Selva"(97),"Via Látex, brasiliensis"(2013), "Encontro dos Sabores-no Rio Negro"(08),"Higienópolis"(06),"Que Viva Glauber!"(91),"Guaraná, Olho de Gente"(82),"A Arvore da Fortuna"(92),"A Agonia do Mogno" (92), "Lina Bo Bardi"(93),"Davi contra Golias"(94), "O Brasil Grande e os Índios Gigantes"(95),"O Sangue da Terra"(83),"Arquitetura do Lugar"(2000),"Teatro Amazonas"(02),"Gráfica Utópica"(03), "O Sangue da Terra" (1983/84), "Guaraná, Olho de Gente" (1981-1982), "Via Láctea, Dialética - do Terceiro Mundo Para o Terceiro Milênio" (1981) entre outros. Saiba mais: "O Cinema da Retomada", Lucia Nagib-Editora 34, 2002. "Memórias Inapagáveis - Um olhar histórico no Acervo Videobrasil/ Unerasable Memories - A historic Look at the Videobrasil Collection"- Org.: Agustín Pérez Rubío. Ed. Sesc São Paulo: Videobrasil, SP, 2014, pág.: 140-151 by Cristiana Tejo.