terça-feira, 28 de julho de 2009

NARCISO LOBO, UIRAPURU ESTÁ CANTANDO


Narciso, mitologicamente simboliza a ambivalência dos sonhos e da morte.
Narciso, o mito refletido no “encontro das águas”, a nossa primal e derradeira morada.

Narciso! A outra margem é o mistério... Cuidado!Creonte - catraieiro aleivoso acena.

Pontes foram inventadas para reunir... Mas existem pontes para invadir e disseminar os desencontros...

Desde antanho, antes das cinzas estou contigo e não abro.

Amigo aqui se cruza como dois irmãos, o rio Negro e o Solimões. “Se estes dois rios fôssemos, Maria,/ Todas as vezes que nos encontramos,/Que Amazonas de amor não sairia/ De mim, de ti, de nós que nos amamos!...”(*)

Narciso Lobo, jornalista e poeta por opção desde sempre, nunca desejou outra coisa senão a caverna clara das palavras impressas... Aluno do Ginásio Pedro II, editou o tablóide "O Elo",">“O Elemento 106”, em parceria com Aurélio Michiles, Enéas Valle, Milton Hatoum, Tomzé... Trabalhou desde os 15 anos nos jornais de Manaus, depois quando aluno de comunicação escreveu para os jornais O Globo, JB, O Dia, sucursal do Estado de São Paulo (RJ),jornais alternativos como Porantim,Bagaço, Movimento... foi ele quem entrevistou Glauber Rocha na volta do exílio ("Nem Lênin, nem Mao, nem Stalin, nem memso Machado de Assis" - Movimento,19/07/1976. Esta entrevista provocou polemica... Depois Narciso decidiu retornar para Manaus, assumiu a academia, virou mestre, doutor e imortal...

Sim, ele foi o líder dos estudantes secundaristas a desafiar a Ditadura na passeata contra o assassinato do estudante Edson Luís, em 1968.


“- Uirapuru está cantando!”


PS. Narciso mantinha um blog denominado Jornal da Selva, no qual podemos compartilhar das suas idéias e opiniões. Experimente.


15/03/2009
Oriente-Ocidente

Lições do I Ching

Ele diz com todas as letras:

É preciso persistência

Na travessia do grande rio


Diz que a luz do sol poente

Sinaliza o transitório

Da existência impermanente
E adverte: Nem euforia desenfreada

Nem tristeza amedrontada

Ambas totalmente erradas

4/01/2009
Devaneio
Cantos Deslizantes

I
Manaus
Meu porto
Meu aeroporto
Meu penúltimo e (in) definitivo pouso.

O "Novo Amazonas"
(daqueles anos...)
Ficou velho.
Manaus
Apenas uma imagem
Cravada no âmago da memória.
II
Todos os livros do mundo
Não estão sendo suficientes
Para explicar tanto sufoco
Tá ruço
Não tá dando pé.
Tem que haver mudança
Na dança do homem
Rotas, retas, curvas
Tangenciando mentiras oficiais
Não tá dando mais.
III
Talvezes, talvezes, talvezes
Tantas vezes, tantas vezes.

27/02/2009

Experimento Atonal
Três Vagalumes
Para P. E.
1
Sob o sol equatorial
Sentimentos e ressentimentos
Chove copiosamente
2
Trovões e pouca chuva
Menino não pode ser menina
Mas arco-íris brilha no céu
3
Forte desce o Negro
Adiante enlaça o Solimões
Rebojo e calmaria: um no outro

(*)"Encontro das Águas" de Quintino Cunha (1875-1943)

sábado, 18 de julho de 2009

AMAZONSAURUS MARANHENSIS


Diante de tantas denuncias, as quais não conseguem atingir o corpo blindado de José Sarney e família, podemos até conjecturar análises políticas sobre a sua permanência como presidente do Senado, por exemplo, ela manteria o equilíbrio geopolítico no jogo do poder nacional, mas basta uma superficial observação da movimentação dos seus pares e adversários, para constatar que eles não fazem diferenças de qualidades, tanto que a cada revelação de fatos escandalosos naquele ambiente, revela-se como todos aqueles senhores (as) são cúmplices do mesmo crime, ou seja, da manutenção do status quo.


- Elementar, meu caro Watson.


Mas o que me chama a atenção é o seguinte, caso José Sarney & família administrassem o erário publico maranhense como administram o patrimônio familiar, com certeza, o estado que lhe abriga a natalidade, o profissionalismo político e empresarial não se encontraria numa situação lastimável - sofríveis índices escolares, saúde, ofertas de trabalhos e qualidade de vida.


Eles que surgiram para acabar com a hereditariedade do seu antecessor Vitorino Freire, apenas mudaram os nomes do oligarca, quer dizer, tudo mudou, para ficar como sempre esteve.

Vergonha na cara e caldo de galinha, não faz mal a ninguém.



(*) “Amazonsaurus maranhensis”, uma nova espécie de dinossauro cujos fragmentos foram encontrados à beira de um rio do Maranhão (Ismar de Souza Carvalho e Leonardo dos Santos Ávilla, Instituto de Geociências - UFRJ na Ilha do Fundão).

quinta-feira, 16 de julho de 2009

TRILLER - A QUADRILHA







                                            



            ...Lula odiava a Ditadura que amava Sarney que fingia gostar da Democracia e Collor que não amava Lula, fingia não gostar da Ditadura, fazia de conta que combatia Sarney, mas Sarney verdade-verdadeira não amava Nin-guém, somente Sarney Jr, Fernando Sarney e Roseana Sarney e ele próprio que se julga I-mor-tal...e "DO-NO DO MAR-ANHÃO".

          LULA virou Presidente, percorre o mundo e julga-se acima do mal, para o bem de todos (eles?), Sarney virou Ex, criou uma fundação para si mesmo (com a grana pública), Collor foi pêgo recolhendo grana de todo mundo, traindo o esquema tradicional de corrupção, sofreu impeachment... Voltou ao Senado da República, Sarney atualmente preside o Senado e Lula presidente da República com 80% de popularidade, defende um e o outro, como Jesus, deixa-se cruxificar-se entre os dois. 

    E o FHC? Bem, o nosso sofisticado galanteador, foi presidente duas vezes, aliou-se do mesmo jeito com aqueles que compartilhavam a alcova da ditadura, como professor (formado numa Universidade pública-USP) incentivou a privatização branca do ensino gratuito. Ah, sim, FHC é um importante sociólogo e intelectual latino americano, mas tambem declinou disso tudo ao declarar: 

"- Esqueçam o que escrevi."

Resultado: O povo brasileiro vai para um convento, morre num desastre, suicida-se ou casa com o Acaso, aquele que nada tem haver com essa história. Quanta desilusão!

(*) Inspirado no poema "Quadrilha" de Carlos Drummond de Andrade.


quinta-feira, 9 de julho de 2009

MARANHÃO 66...2009



Em 1966 o cineasta Glauber Rocha (1939-1981) depois de sair da cadeia, ironicamente é convidado para realizar dois filmes documentarios sob encomenda, um resultou no "Amazonas, Amazonas" e "Maranhão 66", este ultimo ele registra os bastidores da posse do jovem-governador do Maranhão, o hoje matusalem senador da republica, ex-presidente da republica e imortal da academia brasileira de letras, José Sarney.

Esta foi uma oportunidade única, e que fez o jovem cineasta alterar o roteiro do seu filme "Terra em Transe"(1967), no qual, inclusive, utiliza cenas reais da posse para ilustrar a campanha politica do "ficticio" lider populista interpretado por José Lewgoy.

Glauber, como sempre, mas VIVO do que morto.

Acesse o link abaixo e assista o documentário "Maranhão 66".

http://www.youtube.com/watch?v=t0JJPFruhAA

"Livre-pensar é só pensar" Millor Fernandes

www.tudoporamoraocinema.com.br

Minha foto
Nasceu em Manaus-AM. Cursou o Instituto de Artes e Arquitetura-UnB(73). Artes Cênicas - Parque Lage,RJ(77/78). Trabalha há mais de vinte anos em projetos autorais,dirigindo filmes documentários:"SEGREDOS DO PUTUMAYO" 2020 (em processo); "Tudo Por Amor Ao Cinema" (2014),"O Cineasta da Selva"(97),"Via Látex, brasiliensis"(2013), "Encontro dos Sabores-no Rio Negro"(08),"Higienópolis"(06),"Que Viva Glauber!"(91),"Guaraná, Olho de Gente"(82),"A Arvore da Fortuna"(92),"A Agonia do Mogno" (92), "Lina Bo Bardi"(93),"Davi contra Golias"(94), "O Brasil Grande e os Índios Gigantes"(95),"O Sangue da Terra"(83),"Arquitetura do Lugar"(2000),"Teatro Amazonas"(02),"Gráfica Utópica"(03), "O Sangue da Terra" (1983/84), "Guaraná, Olho de Gente" (1981-1982), "Via Láctea, Dialética - do Terceiro Mundo Para o Terceiro Milênio" (1981) entre outros. Saiba mais: "O Cinema da Retomada", Lucia Nagib-Editora 34, 2002. "Memórias Inapagáveis - Um olhar histórico no Acervo Videobrasil/ Unerasable Memories - A historic Look at the Videobrasil Collection"- Org.: Agustín Pérez Rubío. Ed. Sesc São Paulo: Videobrasil, SP, 2014, pág.: 140-151 by Cristiana Tejo.